GABRIEL MEDINA É TRICAMPEÃO MUNDIAL!

Atleta da Rip Curl desde 2009, Gabriel Medina conquistou seu terceiro titulo mundial e colocou seu nome entre as lendas do esporte.

O fenômeno Gabriel Medina é o sexto surfista da história a conquistar três títulos mundiais, sacramentando o pentacampeonato do Brasil com um show na decisão verde-amarela com Filipe Toledo nas boas ondas de 4-6 pés de Lower Trestles. na terça-feira em San Clemente, na Califórnia, Estados Unidos. O Rip Curl WSL Finals foi encerrado com Tatiana Weston-Webb tentando ser a primeira campeã mundial do Brasil. Ela tinha vencido a primeira da melhor de três baterias com Carissa Moore, mas a havaiana ganhou as outras duas e festejou seu quinto título no pódio, junto com o camisa 10 da seleção brasileira da WSL, Gabriel Medina.

“Estou muito feliz. Consegui atingir minha maior meta e estou chorando agora porque é uma mistura de muitas emoções de uma vez só”, disse Gabriel Medina, ainda dentro d´água, após a segunda vitória sobre Filipe Toledo. “Foi um ano longo e estou muito feliz por estar fazendo parte de tudo isso. Os brasileiros estão dominando, indo muito bem e é uma sensação muito boa, difícil até de descrever, poder ajudar nessa evolução e eles sempre me incentivam a melhorar cada vez mais também”.

Gabriel Medina entrou no seleto grupo de agora seis surfistas que conquistaram três títulos mundiais, mas é o primeiro goofy-footer (que usa o pé direito à frente da prancha) a conseguir isso. Todos os outros surfam com o pé esquerdo à frente da prancha, o onze vezes campeão mundial Kelly Slater, o tetracampeão Mark Richards e os tricampeões Tom Curren, Andy Irons (in memoriam) e Mick Fanning. Medina foi o primeiro brasileiro a ser campeão mundial em 2014, ganhou seu segundo título em 2018 e o terceiro sacramentou o pentacampeonato do Brasil. Adriano de Souza também foi o melhor do mundo em 2015 e Italo Ferreira em 2019.

“Estou muito feliz. Não é todo dia que você atinge sua meta, o seu sonho que parece ser impossível, até você conseguir”, disse Gabriel Medina, após ser carregado pela torcida que lotou a praia de Lower Trestles. “É um dia muito especial para mim e toda glória para Deus, que sempre me fez trabalhar forte e nunca desistir. Eu não falo muito bem, então tento deixar meu surfe falar por mim. Hoje foi um dia histórico na minha vida e vou poder contar para meu filho, quando tiver, que precisa surfar e se dedicar muito para ganhar um título”.

A decisão do título de 2021, em uma melhor de três baterias no Rip Curl WSL Finals, nem foi para o tira-teima. Isso porque Medina ganhou os dois primeiros duelos contra Filipe Toledo, que já tinha passado pelo californiano Conner Coffin e pelo medalhista de ouro, Italo Ferreira. Com a vitória sobre o potiguar, Filipe já confirmava o melhor ano da sua carreira, garantindo um inédito vice-campeonato mundial. Mas, ele usou todas as suas armas para conquistar o primeiro título. Só que Medina respondia cada ataque com uma performance ainda melhor.

Gabriel Medina falou um pouco sobre este novo formato para definir o campeão mundial, que a World Surf League inaugurou no Rip Curl WSL Finals: “Eu acho que a parte mental foi a mais difícil. Quando você fica na frente dos outros no ranking, acha que já deveria ter ganhado o título, mas vim aqui para surfar e se tiver que surfar mais para ganhar, eu vou surfar. Eu trabalhei forte antes de vir para cá e se tivesse que surfar seis baterias, eu estaria pronto para isso. É incrível ganhar o primeiro título disputado assim, especialmente com o Filipe (Toledo), que para mim é o melhor surfista nestas ondas de Trestles”.

Filipe logo chega para dar mais um abraço em Medina durante a entrevista e o tricampeão segue falando, emocionado: “Ele (Filipe) me deu os parabéns lá dentro e fora d´água também e a verdade é que sempre há muito respeito entre todos nós. Algumas pessoas pensam que somos rivais e até pode ser dentro d´água, mas eu respeito todo mundo. O Filipe, o Italo e todos que estão no Tour, são bons o suficiente para vencer também e eu aprendi que tem que respeitar a todos. A gente viaja pelo mundo inteiro e, mentalmente e emocionalmente, isso é muito difícil, então a gente se apoia com amor e amizade entre nós”.

Na categoria feminina, Tatiana Weston-Webb também confirmou um vice-campeonato inédito para ela, quando venceu sua primeira bateria no Rip Curl WSL Finals, contra a número 3 do ranking 2021 da World Surf League, Sally Fitzgibbons. A gaúcha igualou o feito de outras duas brasileiras, Jacqueline Silva em 2002 e Silvana Lima em 2008 e 2009, mas tentou o primeiro título mundial do Brasil entre as mulheres. Ela começou bem, ganhando a primeira da melhor de três baterias contra Carissa Moore.

A havaiana logo achou uma direita que abriu uma longa parede para fazer uma série de manobras de frontside que valeram 8,33. Tatiana depois mostrou a potência do seu backside, com batidas verticais e rasgadas jogando água, para receber notas 7,33 e 6,93 em duas ondas seguidas. Com elas, assumiu a liderança e no último minuto destruiu mais uma onda boa, que valeu 7,87 para confirmar a vitória por 15,20 a 14,06 pontos da número 1 do ranking.

“Depois dessa bateria, vim caminhando na areia com uma crise de ansiedade, pensando que ia perder o título, mas, por sorte, tenho uma equipe muito boa e recebi grande apoio da minha família, amigos e especialmente meu marido. Ele olhou para mim e falou: se tem alguém que pode conseguir reverter isso, é você! Isso me tranquilizou”, contou Carissa Moore, já no pódio do Rip Curl WSL Finals, para receber o seu quinto troféu de campeã mundial.

“Este ano foi incrível e essa foi a primeira vez que eu ganhei o título dentro d´água, competindo, então foi mais especial ainda por isso”, disse Carissa Moore. “O início foi meio assustador para mim hoje aqui, não foi do jeito que eu gostaria e, sem dúvidas, este novo formato gerou mais pressão e muito estresse. Mas, foi bom ter outras quatro ótimas surfistas aqui que respeito muito, a Stephanie (Gilmore), a Sally (Fitzgibbons), a Johanne (Defay) e a Tati (Tatiana Weston-Webb). Elas são muito talentosas, dedicadas, resilientes e quero dar os parabéns para todas, especialmente para a Tati, que fez uma batalha incrível comigo”.

RIP CURL WSL FINALS – DECISÃO DOS TÍTULOS MUNDIAIS DE 2021:

DECISÃO DO TÍTULO MASCULINO:

Campeão: Gabriel Medina (BRA) com 17,53 pontos – notas 9,03+8,50
Vice-campeão: Filipe Toledo (BRA) com 16,36 pontos – notas 8,53+7,83
1.a decisão: Gabriel Medina (BRA) 16,30 x 15,70 Filipe Toledo (BRA)

DECISÃO DO TÍTULO FEMININO:

Campeã: Carissa Moore (HAV) por 16,60 pontos – notas 8,60+8,00
Vice-campeã: Tatiana Weston-Webb (BRA) com 14,20 pontos – 8,03+6,17

João Carvalho – WSL Latin America

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